terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Ministro da C&T inaugurou laboratório do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas

O Rio de Janeiro ganhou o seu primeiro laboratório de nanociência e nanotecnologia totalmente aberto aos grupos de pesquisa de todo o País, o Labnano. Instalado no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF/MCT), o Laboratório foi inaugurado no dia 10 pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende. O local vai impulsionar as pesquisas na área de materiais nanoestruturados e dará ênfase à produção de estruturas em escala nanométrica, tais como sensores com ampla gama de aplicações, desde imageamento térmico até sistemas lab-on-chip para diagnósticos médicos.
As decisões estratégicas relacionadas à implementação e ao gerenciamento do Labnano estão a cargo de um comitê gestor.
Os investimentos para montagem do Labnano somam cerca de R$ 7 milhões e financiaram, além da obra civil, uma sofisticada infraestrutura de nanofabricação e caracterização de amostras, que conta com microscópio eletrônico de transmissão de alta resolução, sistema de nanolitografia por feixe de elétrons RAITH e_LINE, microscópio eletrônico de varredura com sistema de espectroscopia por dispersão de Raios X, além de outros recursos integrados.
A equipe de especialistas do CBPF estima que o Labnano atenda a pelo menos 100 projetos de pesquisa por ano.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Panorama da ciência no Brasil e no mundo


11/11/2010
Por Fábio de Castro, de Brasília
Agência FAPESP – A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) lançou nesta quarta-feira (10/11), em Brasília e em Paris, simultaneamente, o Relatório Unesco sobre Ciência 2010. A data corresponde ao Dia Mundial da Ciência pela Paz e pelo Desenvolvimento.
O documento é editado a cada cinco anos para apresentar um diagnóstico do desenvolvimento mundial da ciência. No Brasil, o lançamento ocorreu em audiência pública no Senado Federal, em evento proposto pelo senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), que preside a Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática do Senado e ressaltou o fato de o estudo dar destaque ao Brasil.
O país foi o único da América do Sul a ser contemplado com um capítulo exclusivo, de autoria de Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e Hernan Chaimovich, coordenador dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP e professor da Universidade de São Paulo (USP).
Além de Brito Cruz e de Ribeiro, participaram da audiência Vincent Defourny, representante da Unesco no Brasil, Jailson Bittencourt de Andrade, representando a Academia Brasileira de Ciência (ABC), e Roosevelt Tomé Filho, secretário de Ciência e Tecnologia para a Inclusão Social.
De acordo com Defourny, o relatório apresenta análises extensas sobre a evolução da ciência e tecnologia por regiões no mundo e destaca alguns países que apresentam características de evolução de políticas ou de investimentos que podem se tornar exemplares no contexto global.
“O relatório mostra que, ao lado da clássica tríade que sempre se destaca na ciência e tecnologia – Estados Unidos, Japão e União Europeia –, há a crescente importância de países emergentes como a Coreia do Sul, a India e a China. E também o Brasil, que aparece ainda de forma modesta, mas com um papel que lhe permite crescer e avançar”, disse Defourny à Agência FAPESP.
Segundo ele, no caso do Brasil, os números indicam grande evolução recente no setor, mas uma relativa estagnação nos últimos anos. “O país desenvolveu uma base acadêmica competitiva em ciências, mas há ainda uma série de desafios. A taxa de crescimento no número de doutores, por exemplo, foi de 15% ao ano por muito tempo. Nos últimos três anos, o crescimento continuou, mas foi de apenas 5% por ano. É um sinal de estagnação. Será uma tarefa do novo governo federal olhar para esses dados de forma muito detalhada”, afirmou.
Um dos problemas diagnosticados pelo relatório no país é a falta de investimento no setor por parte do governo e, especialmente, das empresas privadas. “A pesquisa e desenvolvimento na indústria precisa receber uma atenção maior até mesmo do que a pesquisa acadêmica”, disse.
O relatório indica que o investimento em ciência no Brasil deriva principalmente do setor público: 55%. O país está abaixo da média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) na relação entre o investimento bruto em pesquisa e desenvolvimento (GERD, em inglês) e o produto interno bruto (PIB) do país.
Para alcançar a média da OCDE de financiamento público à pesquisa e desenvolvimento (P&D), o Brasil precisaria investir um adicional de R$ 3,3 bilhões ao ano, montante que corresponde a três vezes o orçamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Nos gastos empresariais com P&D, a média dos países membros da OCDE é o triplo da encontrada no Brasil. Para igualar esse patamar, seria preciso aumentar os gastos privados no setor de US$ 9,95 bilhões ao ano para US$ 33 bilhões.
O desafio, de acordo com o capítulo produzido por Brito Cruz e Chaimovich, pede instrumentos de políticas públicas muito mais efetivos que os empregados até agora pelo Estado Brasileiro. Segundo Brito Cruz, além de reiterar a grande desigualdade regional na produção de ciências no Brasil, o relatório destacou a necessidade de uma melhor articulação entre as iniciativas federais e estaduais.
“Uma articulação entre políticas federais e estaduais não se resume a transferir recursos da União para os estados. É essencial, por exemplo, que os estados participem diretamente da produção de indicadores de ciência e tecnologia. Precisamos de uma política nacional de ciência, tecnologia e inovação, e não de uma política federal desconectada dos estados”, disse à Agência FAPESP.
O relatório da Unesco revela um mapa no qual é possível comparar, periodicamente, o desempenho das várias regiões do mundo em ciência e tecnologia e avaliar suas políticas. Trata-se de um exemplo de como o Brasil deveria mapear o desempenho em suas regiões, de acordo com Brito Cruz.
“São Paulo tem feito isso, mas não temos os dados do Brasil para diagnosticar o que ocorre nos vários estados, para fazer comparações e para pensar em soluções integradas. Sem isso, fazemos um voo cego. A Unesco está dando um ótimo exemplo”, disse.
Menos cientistas em empresas
Entre as principais preocupações manifestadas por Brito Cruz em relação aos diagnósticos incluídos no relatório está o fato de a mais recente Pesquisa de Inovação Tecnológica (Pintec), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ter mostrado que o número de pesquisadores que trabalham em empresas no Brasil diminuiu entre 2005 e 2008.
“Isso é algo que deve nos preocupar muito, porque toda a estratégia e as políticas são feitas para levar mais pesquisadores para a empresa e esse número nem sequer ficou constante: diminuiu em 10% no período. É um problema que precisa ser bem entendido. Precisamos ter esses indicadores com frequência para podermos realimentar as políticas públicas”, destacou. O número de pesquisadores em empresas era de 35 mil em 2000, passou a 40 mil em 2003, 50 mil em 2005 e caiu para 45 mil em 2008.
Para Brito Cruz, houve evoluções importantes no setor no Brasil, mas não basta observar que os indicadores de resultados estão crescendo. “É preciso saber se estão crescendo em relação ao resto do mundo, com quem o país compete”, afirmou.
“A Coreia do Sul edita esse tipo de dados a cada três meses. No Brasil, depois de três anos descobrimos que há menos pesquisadores em empresas. Com tantas políticas, como isso está acontecendo? É preciso entender. Foi identificado o problema e pode haver uma explicação, mas não sabemos qual é. Trata-se de um alerta para nos perguntarmos que resultados essas políticas estão trazendo”, disse.
Outra preocupação, segundo Brito Cruz, é que, apesar da necessidade de formar mais recursos humanos, nas universidades federais o número de concluintes deixou de crescer desde 2004.
“Em 2008 houve menos concluintes do que em 2004. As federais têm uma importante qualidade acadêmica no Brasil, ainda que com heterogeneidade. Precisamos recuperar o crescimento desse sistema”, disse.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

CONGRESSO ABIPTI DEBATE A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA TECNOLÓGICA PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL


Sexta edição do evento contará com a participação do ministro Sergio Rezende
    A Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica (ABIPTI) realiza, neste mês, a sexta edição do “Congresso ABIPTI”. O evento reunirá os principais atores do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) para discutir como a pesquisa tecnológica pode contribuir para o desenvolvimento sustentável. O congresso acontecerá nos dias 24 e 25, em Brasília (DF).
    Entre os palestrantes já confirmados, destaque para o ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, que fará a abertura do congresso e ministrará a palestra “Políticas de Estado de CT&I para o desenvolvimento sustentável”. Devem participar, ainda, os presidentes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Carlos Alberto Aragão e Luis Fernandes, respectivamente.
    O congresso também contará com representantes de organismos internacionais, como do Instituto Fraunhofer, grupo que reúne 60 instituições de pesquisas da Alemanha, considerado referência mundial no setor. O diretor da entidade, Peter Eisner, falará, no dia 25, sobre as perspectivas das instituições de pesquisa tecnológica em relação ao desenvolvimento sustentável.
    “Existem inúmeros desafios que devem ser urgentemente superados. Para o setor de pesquisa e desenvolvimento é necessário acima de tudo o sustento através de verbas públicas, uma vez que nem sempre há o interesse da iniciativa privada. A aplicação a curto prazo de uma tecnologia sustentável de relevância para a indústria exige empresas muito bem informadas e cientes do importante papel e função da cooperação com centros de pesquisa”, diz Eisner.
    “Nossa proposta é gerar subsídios sobre a configuração da demanda e da oferta de pesquisa, desenvolvimento e inovação em apoio ao esforço de reorientação dos modelos de sustentabilidade nas instituições científicas e tecnológicas”, destaca a presidente da Associação, Isa Assef.
    A pauta do evento é diversificada e contará com debates sobre o marco regulatório para o desenvolvimento sustentável; a contribuição que as instituições de pesquisa e tecnologia podem dar para superação das mudanças climáticas; entre outras. “A exemplo das edições anteriores, o Congresso ABIPTI será um canal de troca de experiências. Nosso objetivo é oportunizar o debate nos diferentes aspectos e facilitar a obtenção de conhecimentos sobre experiências internacionais exitosas em temas específicos da gestão tecnológica nesse setor”, conclui Assef.
    Lançamento
    No evento também será lançada a nova logomarca da Associação. O concurso, realizado neste ano, recebeu mais de 50 propostas de todo o país. A ABIPTI ainda homenageará diversas personalidades do setor.
    O evento será realizado na Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). As inscrições podem ser feitas no site www.abipit.org.br\congresso2010. As vagas são limitadas. A programação também está disponível neste endereço.
    ABIPTI
    A Associação é uma instituição de direito privado, sem fins lucrativos, que reúne entidades públicas e privadas de pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico, com presença nas cinco regiões e 27 unidades da Federação. A ABIPTI possui estreita parceria com os conselhos nacionais de Secretários Estaduais para Assuntos de CT&I (Consecti) e das Fundações de Amparo à Pesquisa (Confap), além do Fórum de Secretários Municipais da Área de C&T.
    A ABIPTI participa do conselho consultivo da Finep, agência de fomento ligada ao MCT, do conselho de administração do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), entre outras instâncias. A instituição tem hoje mais de 200 associados.
     Serviço:
    6º Congresso ABIPTI
    Quando: 24 e 25 de novembro
    Local: Brasília (DF) - Confederação Nacional do Comércio, de Bens, Serviços e Turismo (CNC)
    Inscrições e programação: www.abipit.org.br\congresso2010
    Informações: (61) 3348-3131

   Fonte: Mensagem recebida por < gestaoct@abipti.org.br> em 03 novembro 2010.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Saiba o que aconteceu no Evento "Deguste Inovação".

Na manhã do dia 21 de julho, aconteceu o evento “Deguste Inovação” organizado pela Help Innovation, no auditório da CIESP em São João da Boa Vista-SP.
O evento abordou a necessidade das empresas e outros tipos de organizações de nosso país a atentar ao potencial que a inovação tem de auxiliar ao crescimento e a sustentabilidade das organizações. Tema esse fomentado e discutido mundialmente.
Foi apresentado no evento o “case” de inovação da empresa Ouro Fino Agronegócio, e seu programa de inovação, o Programa INOVAR. Tal empresa está entre as 5 maiores e mais modernas da América Latina em insumos para o agronegócio e produtos veterinários e é referencia no Brasil em Inovação. Foram apresentadas também ferramentas que auxiliam no processo de gestão de inovação de empresas de pequeno, médio e grande porte.
O nome do evento “Deguste Inovação”, foi derivado da possibilidade das empresas presentes de estarem utilizando uma das ferramentas mais completas em gerenciamento da inovação gratuitamente para teste, o software Trilha da Inovação, por isso “Deguste Inovação”. Outro fator que abrilhantou o evento dando a ele esse escopo de degustação, foi o "Brunch", oferecimento aos participantes ao final do evento elaborado por um Chefe de Cozinha.
Além da empresa Ouro Fino, estiveram presentes empresas como a Embrapa de São Carlos, a empresa Francesa SPF, a Delphi Automotive Systems, o Instituto de Pesquisa Eldorado, Instituto Nacional de Propriedade Industrial – INPI, entre outras.
Prestigiaram também o evento, organizações e personalidades importantes de São João da Boa Vista e região, como a empresa Boa Vista Telecomunicações, representada pelo seu diretor Alberto Umhof, a Dent System, e seu diretor comercial Ângelo Gilberto Zanetti, o pesquisador e candidato a Deputado Estadual João Otávio Bastos Junqueira, a Diretora da Agência de Desenvolvimento de São João da Boa Vista, Amélia Queiroz, o Gerente da Incubadora de Empresas de São João da Boa Vista, Ricardo Ibanhez,e o secretário de Desenvolvimento Econômico e Trabalho da Prefeitura de Poços de Caldas-MG, Marcos Tadeu Sala Sansão.
O evento foi um importante espaço para o debate e parcerias nas questões ligadas a inovação nas empresas e no setor público.

Algumas Fotos do Evento.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O caminho é a Inovação

Autor: Marcelo Alexandre Correia da Silva

No processo de desenvolvimento contínuo do mercado as empresas necessitam cada vez mais de novas formas de se manterem competitivas e atender as exigências dos consumidores. Assim, a inovação passou a ser uma das maiores necessidades dentro das empresas.

Dentre as características que motivaram a inovação a ser o caminho para essa competitividade destacam-se, a velocidade das mudanças do mercado, da diminuição do ciclo de vida dos produtos e a obrigação de se respeitar princípios éticos para desenvolvimento, como minimização de impactos ambientais e a comprovação da qualidade em todas as suas dimensões.
Estudiosos afirmam que estamos na era da inovação, pois nunca se experimentou um cenário onde expressivamente as mudanças são geradas pela presença de elementos intangíveis como conhecimento e não apenas pelo poder econômico das empresas.
A mudança no modelo do desenvolvimento tecnológico foi quebrado devido às alterações sociais, onde o sucesso que era determinado apenas pelo benefício econômico, atualmente se mostra muito mais representativos através da capacidade de mobilizar e explorar os ativos intangíveis com mais ênfase, estamos na sociedade do conhecimento, onde as informações estão disseminadas, provando que nos tempos atuais não necessariamente as grandes empresas são detentoras de toda informação. Muitas das inovações de ruptura da atualidade estão sendo idealizadas por pessoas que até pouco tempo atrás não tinha nem idade, nem formação, e nem o perfil para ocuparem esse espaço.
Apesar de a inovação ser algo que sempre fez parte da necessidade de desenvolvimento econômico e social, atualmente ele é considerado um instrumento importante para o desenvolvimento e diferenciação das empresas no mercado em que atuam, sejam essas inovações em processos ou em produtos.
Quando se discute sobre inovação em empresas quase que invariavelmente, se pensa em inovações de produtos e em equipes que buscam novas idéias ou soluções para necessidades do mercado. Dessa forma toda vez que se decide por um novo investimento em inovação a empresa necessita inevitavelmente de uma equipe de pesquisa e desenvolvimento, de um espaço físico adequado, sendo essa excussão feita a portas fechadas em sigilo total.
Tradicionalmente, os processos de inovação ocorrem dentro desses limites. Essa metodologia de inovação ortodoxa é chamada de inovação fechada, ou cloused innovation, e possui uma série de limitações que influem diretamente no resultado dos processos para desenvolvimento de novos negócios e de marketing de novos produtos.
Dentre as limitações se destacam:
- Muitas das grandes idéias nascem de pessoas que não estão envolvidas no processo de desenvolvimento, sejam esses colaboradores de outros setores, pesquisadores, consumidores e até concorrentes;
- O tempo para criação e colocação do produto no mercado através do método de inovação fechada é mais extenso e oneroso, pois, necessita de ser desenvolvido inteiramente pela equipe envolvida no processo, muitas vezes necessitando investir em equipamentos e laboratórios;
- Corre o risco de investir para desenvolver tecnologias e produtos que chegam ao mercado em um estágio de obsolescência;
- Com aumento do número de pessoas qualificadas, do advento das ferramentas de pesquisa e comunicação on-line, como as redes sociais, aumentou a fluidez na troca de informações;
- Quando um dos colaboradores envolvidos no processo sai da empresa, leva a bagagem de conhecimento, gerando fluxo de conhecimento desfavorável para quem investiu sozinho.
Outra limitação clara do modelo de inovação fechada é a necessidade ou risco que uma empresa se submete ao iniciar um novo projeto, pois muitas vezes esses foram selecionados dentre diversos projetos internos, baseados em um consenso entre pessoas que trabalham em um modelo estrutural e de conceitos semelhante, aumentando assim o risco de ser demasiadamente conservador ou abusivamente desconectado do mercado, além de que, muitas idéias e descobertas que surgem, seja por falta de serventia ou por temor de se aventurar em outros nichos de mercados são descartadas, sendo que poderiam ser viabilizadas através de alternativas externas de desenvolvimento.
Além destas limitações, esta forma de buscar o desenvolvimento, não tem surtido os efeitos esperados, estudos mostram que na década de 80 e 90, cerca de 50% dos produtos lançados no mercado não geraram resultados positivos.
Henry Chesbrough, um dos grandes cientistas da inovação, e criador do modelo de inovação aberta, atribuiu a essa metodologia de inovação semelhança a um funil dentro de uma empresa, onde na boca mais larga do funil encontra-se a nuvem de conhecimento, pesquisa científica e tecnologia que são apresentadas em forma de idéias, no corpo do funil essas idéias passam por um crivo e julgamento e na boca menor do funil poucas delas são transformadas em produtos, sem interferência de idéias ou processos externos ao conhecimento dos colaboradores da empresa.
Essas limitações são minimizadas no processo de inovação aberta. A filosofia de inovação aberta, ou open innovation, baseia-se no princípio de sinergia que nenhuma pessoa ou empresa é tão eficiente a ponto de possuir conhecimento maior que várias empresas ou pessoas pensando e desenvolvendo em conjunto.
Assim muda-se a lógica de criação de novos produtos, que eram elaborados em laboratórios de empresas com apenas sua equipe de P&D pensando, hoje se utiliza de conhecimento acessível, seja de pesquisadores, consumidores, redes sociais e até concorrentes, sendo os pesquisadores dessas empresas catalisadores de conhecimento.
Segundo o criador do modelo de inovação aberta, ou open innovation, esse processo baseia-se na perspectiva de abrir a empresa a todas as oportunidades possíveis de uso de tecnologias, incorporando conhecimentos disponíveis externamente, seja no mercado ou centros pesquisas como as universidades. Como outra face da busca por novos conhecimentos, quase que em um processo inverso, é a possibilidade do licenciamento de conhecimentos próprios não utilizados liberados para o uso por outras empresas.
Essa outra característica da inovação aberta, que possibilita que as idéias descobertas, que não interessam a empresa, possam viabilizar alternativas externas, retroalimentando o mercado e a disseminação de novos conhecimentos.
Essas estratégias ganham forças, pois os ciclos de inovação e o time to market estão cada vez mais curtos, e o que sustenta uma empresa competitiva e despontando no mercado é a capacidade de melhorar produtos existentes ou lançar novos produtos antes das concorrentes, buscando sempre o menor custo e prazo para isso.
Essas trocas de conhecimentos favorecem as pequenas e médias empresas, que podem fornecer e desenvolver produtos, desenvolver pesquisas para as empresas maiores e, desse modo, conquistar um nicho de mercado. Assim os departamentos de P&D, atualmente PD&I (Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação) são tão ou mais importantes que inicialmente, pois esses departamentos se transformaram em agências catalisadoras de novas descobertas, onde a junção de idéias internas com o conhecimento externo, somados, tem maior capacidade de executar bons resultados.
Assim a inovação, não é apenas um tema em ascensão, é a força motriz do mercado na atualidade, pois traz oportunidades a empresas que saem na frente no processo de descoberta e lançamento de produtos, demonstrando que a manutenção e desenvolvimento das empresas no mercado, tem ligação direta com a capacidade de ser pioneira, de saber que o processo de ideação e criação surte efeitos mais significativos quando são feitos coordenadamente e no menor prazo possível.
Portanto, existe a necessidade de evolução da cultura empresarial, a necessidade das organizações de aguçarem sua visão do mercado, possibilitando assim a sensibilidade de conduzir o processo desenvolvimento, sabendo que muitas soluções ou possibilidades de ascensão transcendem os muros da empresa.
Tal mudança cultural tem que ser pautada na capacidade de despertar o interesse dos colaboradores pelo questionamento, pela análise, pela capacidade de fazer reflexões e também de um caminho para expressar esta capacidade perante a empresa, pois, a “cultura inovativa” nasce em ambientes onde se valoriza elementos intangíveis, onde se permite o influxo de novas idéias, novos conhecimentos, e a capacidade do ser humano de contestar e transformar o que já está pronto.